Histórias da Hilê: Beatriz, quando os planos nos levam a realização de sonhos

O Histórias da Hilê nasceu com o propósito de contar a história dos colaboradores que já dedicam vários anos de sua vida ao trabalho aqui. Isso porque, passamos a maior parte do nosso dia no trabalho, mas nem sempre conhecemos mais a fundo o colega que está ao nosso lado. 

E, contando as histórias por aqui, além de saber mais sobre nossos colegas, também percebemos como muitas dessas trajetórias são parecidas, especialmente quando falamos sobre a infância. 

Em Xanxerê, Oeste de Santa Catarina, onde está situada a Hilê, é comum que muitas pessoas tenham passado sua infância na zona rural do município ou em municípios vizinhos. 

E é assim que começa a história da Beatriz, ou Bea, como a conhecemos pelos setores da empresa. Então, se aconchegue na poltrona, pegue um chazinho quente e venha conhecer mais essa história inspiradora! 

 

Com vocês, a Bea! 

 

Beatriz Narciso tem 28 anos e é a filha do meio de Loreti e Cleuzir, sendo que o irmão caçula é Cristiano e a irmã mais velha Belonice. Ela nasceu em Abelardo Luz, mas passou praticamente toda a sua infância no interior do município de Ipuaçu e cidades vizinhas. 

Grande parte da infância da Bea foi na zona rural, onde passava a maior parte do dia na companhia dos irmãos, já que os pais precisavam sair para trabalhar na lavoura. Além disso, sempre que possível, os filhos também acompanhavam. 

 

 

Um ponto que marcou sua infância são as mudanças da família, que ela conta que foram cerca de cinco entre diversas comunidades do interior. Sempre que seus pais recebiam uma proposta melhor de trabalho, a família se mudava, o que ajudou a moldar a personalidade da jovem. Hoje, ela conta que isso favoreceu para que ela não se apegasse aos lugares. Inclusive, é por isso que ela adora conhecer novos lugares.

E, após vários anos morando nas propriedades em que trabalhavam, seus pais decidiram que era a hora de buscar por uma casa própria. Isso aconteceu quando Beatriz tinha cerca de 10 anos. A decisão era de se mudar para o perímetro urbano e comprar a casa própria para a família. 

Isso para mim e meus irmãos foi ruim, a gente chorou muito, não queríamos ir. A gente só via a cidade pela televisão, a gente não ia para a cidade, todo esse tempo que a gente morou no interior, era meu pai e minha mãe que iam pra cidade e compravam roupas, tudo o que precisava. Graças a Deus nunca passamos necessidade, tínhamos o suficiente para viver bem. Como a gente não conhecia a cidade, só via pela televisão, quando nossos pais falaram de nós mudarmos a gente não queria de jeito nenhum. Primeiro que para nós a cidade significava bandido, roubo, coisa de outro mundo e segundo que a gente tinha nossos bichinhos, tinha gato, tinha cachorro, tinha vaca, a gente tinha esse apego aos animais e não queríamos deixar” conta Bea.

 

 

Durante o tempo em que morou no campo a jovem aprendeu a cuidar da casa e também algumas tarefas de manejo com os animais. Então, sempre que os pais se atrasavam nos cuidados com a lavoura, os três irmãos precisavam cuidar do trabalho com os animais. 

 

 

Com o passar dos dias, os pais de Beatriz conversaram com os três irmãos e os convenceram sobre a mudança. Assim que fizeram a mudança, a família morou de aluguel por um tempo até conseguir comprar a casa própria, local onde moram até hoje, há quase 20 anos. 

E é com carinho que ela relembra a infância, uma fase muito marcante e repleta de boas lembranças “A fase da infância me marca até hoje quando eu olho foto, quando lembro, tenho muita saudade de brincar, ficar embaixo de um pé de bergamota, conversando e se divertindo. Minha infância foi maravilhosa. Lembro também da escola, que eu gostava muito de estudar e quando a gente morava no interior íamos para a escola de ônibus ou kombi”, lembra. 

 

Adaptação na nova realidade

 

Beatriz conta que a adaptação na nova casa não foi fácil para ela e os irmãos. Era um mundo novo para eles, casa nova, escola nova, novas experiências. Ela lembra que o início foi complicado, pois os pais trabalhavam o dia todo, eles iam para a escola meio período e o restante do dia ficavam em casa, aguardando os pais voltarem. 

Mas, aos poucos, o medo e a insegurança das novas experiências foi passando. Vieram as novas amizades na escola e a família começou a participar mais na comunidade, especialmente nas atividades da igreja. Ela conta que tem amigas dessa época que estão ao seu lado até hoje. 

Ainda na adolescência Beatriz teve seu primeiro trabalho remunerado. Ela cuidava de duas crianças, sendo que uma delas era portadora de deficiência e essa foi uma das melhores experiências da vida da jovem. 

Eu conto que cuidar de uma criança especial foi a melhor experiência da minha vida, não tem como explicar. Por isso que hoje eu tenho um apego muito grande com crianças especiais. Aquele toque, o olhar, esse menino que eu cuidei tinha dificuldade em mobilidade, ele não interagia, mas eu sentava do lado dele no sofá e ele me abraçava. Aquilo pra mim não existe, por isso que hoje eu tenho apego muito forte com isso, foi minha primeira experiência. Ele era um menino que os médicos não davam expectativa para ele de mais de 15 anos. Hoje, sei que ele tem em torno de 22 anos, caminha, é saudável. Quando cuidei dele, ele não caminhava, tanto que meu trabalho era ficar de companhia para ele e auxiliar no que fosse preciso, foi uma experiência indescritível!” (Beatriz). 

Como sempre gostou de estudar, depois desse primeiro emprego Beatriz foi fazer curso técnico em informática no Senai, onde era menor aprendiz e recebia remuneração. Esse foi o seu primeiro contato mais direto com computadores, pois quando era mais nova fez um curso de informática, mas as aulas aconteciam uma vez por mês, então o contato era menos direto. 

Sua maior companheira sempre foi sua irmã. Mesmo sendo mais velha, ela tinha um pouco mais de dificuldade na escola, então, a partir da quarta série do ensino fundamental as duas passaram a estudar juntas e sempre ajudaram uma a outra. Quando escolheram o curso no Senai, a ideia era que as duas continuassem estudando juntas, mas sua irmão não passou e Beatriz teve de ir sozinha. Ela conta que sempre foi mais tímida para fazer novas amizades, mas que com o tempo conquistou novos amigos também nessa fase da vida. 

 

 

Depois, Beatriz seguiu sendo menor aprendiz, mas dessa vez no Senac, onde teve o seu primeiro contato com a rotina de escritório. Lá ela ia para o curso três dias na semana e nos outros dois dias ia para a empresa. Ela conta que atravessava a cidade a pé para ir trabalhar, mas que isso nunca foi uma dificuldade. 

Após, uma colega de trabalho abriu uma loja de roupas e chamou Beatriz para trabalhar com ela. Por ser envergonhada, não fazia o atendimento ao público, mas auxiliava no pacote e faturamento. Aos poucos ela foi perdendo a timidez e conquistando novas amizades. 

 

Mudanças pessoais e profissionais

 

Como sua família sempre foi muito envolvida com a comunidade no bairro em que moram, assim que ela finalizou a catequese já passou a ser catequista “me senti chamada a trabalhar com as crianças” conta. 

Nesse processo de estar envolvida com comunidade, catequese, grupo de jovens, nós éramos várias amigas e a gente montou o grupo de jovens e foi por meio dele que eu conheci meu marido Juliano. Ele sempre me apoiou muito e me ajudou muito nos meus empregos, como eu tinha essa dificuldade de me deslocar e ele é mais velho do que eu, ele me dava carona. É o meu maior apoiador e sempre me incentivou em tudo” (Beatriz).

 

 

Enquanto trabalhava na loja, recebeu uma proposta de emprego em uma gráfica da cidade. Entretanto, ela conta que já enfrentou algumas dificuldades para trocar de emprego, com esse tipo de mudança, e estava insegura sobre aceitar ou não a proposta. 

“Nessa época eu estava fazendo minha habilitação, aí eu pensava ‘vai que eu troco de emprego e não dá certo, como vou pagar a carteira de motorista’, mas meu marido me incentivou até que me convenceu. Fui para a gráfica, fiz amizade com o pessoal, gostava muito de trabalhar lá na equipe de vendas. Atuava como primeiro contato, fiquei na empresa por mais de dois anos. Nesse tempo fiz a habilitação, mas sempre tive muito medo de dirigir. Uma semana antes de fazer a prova da autoescola, eu caí de moto, fiquei bem insegura, mas deu tudo certo e eu passei. Depois disso, meu marido sempre me incentivou a pegar o carro e dirigir” (Beatriz). 

 

Início da história da Bea com a Hilê

 

Beatriz começou a traçar sua trajetória aqui na Hilê há cerca de oito anos. Ela começou a enfrentar alguns problemas na gráfica em que trabalhava e por seu marido conhecer o esposo da líder de RH aqui da indústria da época, disse para ela vir fazer uma entrevista para trabalhar aqui. 

Ela conta que quando chegou para fazer a entrevista para trabalhar no setor comercial, já simpatizou com as pessoas e gostou do local. Ela foi chamada para trabalhar aqui juntamente com outra moça, a Bruna, que você já conheceu a história por aqui. Bea lembra que na época pensou que haviam contratado as duas para escolher quem se saísse melhor para ficar, mas as duas construíram sua história aqui na Hilê. 

 

 

No início ela trabalhava como suporte junto da líder do setor comercial. Ela conta que era cobrada para aprender a mexer com planilhas e como fazia curso profissionalizante, pedia direcionamentos ao professor e assim foi aprendendo. 

Após cerca de dois anos trabalhando aqui houve uma mudança na equipe e a Bea foi direcionada para o setor comercial diretamente, para trabalhar com vendas. Cerca de um ano depois, uma nova mudança de equipe a levou a gerenciar as marcas próprias ClinicMais e CháMais. Nessa época Beatriz já estava esperando seu bem mais precioso, o filho Mateus. 

 

 

Vida pessoal e a constituição da sua família 

 

Assim que começou a trabalhar aqui Beatriz e o marido tinham planos de casar e construir uma casa para os dois.

Com o emprego da Bea garantido na Hilê o casal resolveu financiar para conseguir construir a casa própria. Começaram a construção e contaram com a ajuda dos pais dela e com ajuda da sogra, que doou alguns móveis. Com isso, pouco antes de casar os dois já estavam com a casa pronta. 

 

 

No início a rotina era corrida, pois ela passava o dia na empresa e ia direto para seu curso durante a noite. Assim que finalizou o curso técnico em administração Beatriz e o marido tinham planos de ter um filho. O casal sempre teve tudo bem planejado, por isso Bea conta que se algo não acontece como o planejado gera uma frustração. 

Desde que decidiram ter um filho até Beatriz descobrir que estava grávida foram cerca de quatro meses. Nesse período ela gerenciava as marcas próprias de chá e suplementos aqui da Hilê. 

“Quando engravidei do Mateus, outra pessoa assumiu o comercial, foi o auge da minha vida, só quem é mãe sabe. Minha gravidez foi muito tranquila, porém no final eu tive predisposição a diabetes então tive que me controlar muito. Minha cesária deu tudo certo, tudo maravilhoso, os primeiros meses foram complicados porque ele chorava muito, mas deu tudo certo. Hoje, eu sei que é o meu bem mais precioso. E quando voltei a trabalhar tive que deixar ele com a tata e hoje ela é uma segunda mãe para o meu filho” (Beatriz).

Assim que voltou da licença maternidade Beatriz ainda liderava a ClinicMais, mas ela conta que teve um momento que houve uma estagnação e ela também estava cansada. Foi quando surgiu a proposta de trocar de setor. Como ela sempre gostou de aprender coisas novas, aceitou.

Bea foi convidada para assumir um novo projeto dentro da Hilê, que envolve todo o processo de desenvolvimento, produção e logística de um cliente. No início ela conta que foi complicado, pois era algo novo para todos, todo mundo aprendeu junto, mas que hoje esse projeto é o seu xodó e a ajudou a aprender muita coisa nova. 

“Hoje eu brinco muito que eu sou o Google da empresa, porque todo mundo vem me pedir as coisas, pois sempre fui muito pró-ativa e nunca me neguei a ajudar ninguém, sempre gostei de ajudar em todos setores para aprender mesmo, um conhecimento que ninguém vai me tirar. E agora surgiu a oportunidade de mudar novamente com a terceirização. Por mais que eu esteja na empresa há quase 8 anos, para mim é um processo totalmente novo, é uma das poucas funções que ainda não tinha feito” conta.

 

 

Motivações e planos futuros

 

Beatriz conta que sua maior motivação é o filho Mateus, hoje com quatro anos. O objetivo é sempre oferecer o melhor a ele. Ela conta que vê que o filho tem uma personalidade totalmente diferente dela, pois gosta de abraçar, beijar, conversar com as pessoas e que isso a faz aprender com ele todos os dias. “Meus pais nunca foram aquele tipo de pai e mãe que diziam eu te amo, mas eles sempre demonstraram com atitudes, nunca deixaram faltar nada. Tudo que eu aprendi com meus pais, eu passo para o meu filho” (Beatriz).

 

 

Uma realização em sua vida são as amizades conquistadas em sua trajetória, especialmente aquelas que sempre estiveram ao seu lado. “Tudo que eu vivi até hoje não foi sozinha, sempre tive muitas pessoas me ajudando e torcendo por mim. Tenho a Taís, que também trabalha aqui na empresa, que é minha cunhada, é madrinha do meu filho, eu sou madrinha das duas meninas dela também e tanto na vida pessoal como na vida profissional a gente se ajuda”.

Ela conta que sempre pensa no filho, no que podem conquistar juntos e na sua vontade de viajar com ele e mostrar novos lugares. Ela sempre busca refletir no fim do ano sobre os lugares que visitou e quem fez parte da sua trajetória. 

 

 

Agora seus planos futuros são de voltar a estudar. Ela conta que parou por um tempo por conta da família, da correria com o filho e a casa, mas que deseja voltar a fazer cursos. Quando pensa em uma graduação, ela conta que pensava que não tinha cursado nada por falta de oportunidade, mas que, na verdade, ela ainda não encontrou nenhum curso em que queira se dedicar de verdade, que tenha se identificado. Até que isso não aconteça, ela segue buscando por cursos.

“A empresa me ensinou muito, tenho muitas experiências, muito conhecimento acumulado ao longo dos anos, sou uma pessoa que gosto de aprender e ensinar. Tenho muita gratidão por cada pessoa que fez parte da minha história na Hilê, porque todo mundo somou um pouquinho” finaliza Bea.

Bea, saiba que para nós, que convivemos com você todos os dias aqui na Hilê é um prazer dividir o local com você. Sua dedicação e proatividade são exemplo para todos e desejamos que sempre alcance todos os teus objetivos!  

 

 

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