O Histórias da Hilê foi criado com o intuito de contar um pouco mais sobre a vida dos colaboradores que estão aqui na indústria há muitos anos e fazem parte do seu crescimento.
Como você já viu aqui, podemos contar com pessoas que viram a Hilê crescer desde o início, ajudando a construir nossa história desde os primeiros passos, quando ainda produzíamos apenas chás.
Somos todos muito gratos por todo o carinho e dedicação desses colaboradores. E como agosto é um mês simbólico para nós, marcado pelo aniversário do nosso gestor Sandro Botta, hoje você vai conhecer a história da Hilê ainda mais a fundo.
Isso porque, hoje o Histórias da Hilê vai contar a história do Sandro, proprietário da Hilê e gestor do Botta Grupo Multissetorial, composto por diversas empresas. Sua história de vida pessoal se entrelaça com a história da Hilê, ambas marcadas por muitas lições, fracassos e sucessos que resultaram nessa que hoje é uma das maiores indústrias de suplementos alimentares do país.
Sem mais delongas, prepare uma xícara do seu chá preferido, se acomode na poltrona e conheça um pouco mais da história do nosso chefe, o Sandro Botta.
Sua história
Sandro Botta nasceu em 15 de agosto de 1968 na cidade de Coronel Vivida, no Paraná. Filho de Egídio Botta (em memória) e Geni Botta, é o irmão mais velho entre os três, sendo o do meio Elves e a mais nova Daiane.
Ainda quando Sandro estava na infância, a família se mudou para o Mato Grosso para tentar novas oportunidades em um novo local. Lá, eles se instalaram em uma pequena fazenda, pois havia um incentivo do governo para que famílias estabelecessem residência lá.
Aos 10 anos Sandro teve uma das suas primeiras experiências com o trabalho. Ele foi passar o período de férias na casa do tio, em Mundo Novo (MT), onde ele tinha um restaurante. Ali Sandro começou a ajudar na rotina do local, auxiliando em tudo o que precisava, desde a organização das lenhas até o trabalho como garçom.
Foi ajudando o tio no restaurante que ele começou a ter contato com rotinas de trabalho. Após isso, eles se mudaram para a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, para estudar. Lá eles ficaram cerca de dois a três anos.
A família se mudou para Xanxerê quando o avô do Sandro, seu Marca, chamou o seu pai, Egídio Botta, para trabalhar na ervateira da família. De início, Sandro também ajudava no local, mas depois de algum tempo seu pai pediu para que ele trabalhasse em um restaurante perto da casa da família, onde ele tinha uma rotina parecida de quando trabalhou com seu tio no Mato Grosso.
Com isso, ele ia para a escola de manhã, saía de lá e ia direto para o restaurante para auxiliar no que fosse preciso. Depois de tudo limpo e organizado no local Sandro ia para casa para realizar as tarefas escolares e brincar.
Algum tempo depois, Sandro soube de um emprego em uma empresa que comercializa peças para máquinas e caminhões. Lá ele trabalhava no setor de peças, mas auxiliava em tudo o que fosse necessário. Entrou sem conhecer uma peça sequer e, com o tempo, foi aprendendo os nomes e funções de cada uma delas.
Até que um dia, quando estava ajudando a organizar o local para fechar, o dono da empresa dizia para ele ir embora e Sandro queria ajudar a deixar tudo arrumado antes de ir, tinha cerca de 13 anos na época. Até que o proprietário se estressou com o adolescente e disse mais uma vez para ele ir embora, pois quem pagava seu salário era o próprio pai.
Nesse dia Sandro descobriu que foi seu pai quem organizou para ele trabalhar naquela empresa e todo mês dava o dinheiro ao dono para pagar o salário do filho, para que ele aprendesse essa nova função. “Seu Egídio tinha as formas dele de entendimento do que era aprendizado, sempre falou muito disso” pontua Gilvana Botta, esposa de Sandro.
Depois, durante um tempo, o jovem auxiliava na ervateira do avô em diversos setores. Estudava durante um período e trabalhava no turno oposto. Sandro ajudava a descarregar os caminhões, organizar a matéria-prima, secar a erva-mate, empacotar o produto final, enfim, sempre ajudou em tudo o que precisava.
Dedicação aos estudos
Algum tempo depois, o pai de Sandro, seu Egídio, resolveu tocar um negócio só dele. Continuou no ramo de erva-mate, mas em outro local. Nesse período, Sandro começou a trabalhar o dia todo com o pai e estudar contabilidade no turno da noite.
Na ervateira do pai Sandro atuava mais no setor administrativo. Ele quem cuidava do pagamento dos funcionários e conta que na época tudo era feito manualmente, no próprio caixa do banco. Ele também era responsável por atender o telefone e passar as ligações, quando necessário.
Ao contrário de toda a tecnologia de computadores que se tem hoje, na época o método utilizado era a datilografia, na máquina de escrever. Inclusive, Sandro fez um curso de datilografia com as freiras que atuavam em Xanxerê na época, para conseguir prática com o equipamento. Nessa época, ele ia trabalhar a pé ou de bicicleta.
“Fiquei um tempo com o pai e depois ele me mandou estudar em Curitiba, me colocou em um internato e fui fazer científico lá, um colégio bem forte, preparativo para terceirão e que aprovava muito aluno na época. Era um colégio de irmãos, tinha uma rotina rigorosa. Aí eu entrei, fui mal em algumas matérias, era considerado o burrinho da sala. Lá eu fiz dois amigos que até hoje tenho eles, são meus padrinhos de casamento. Na metade do ano fazia o vestibular, eu fiz Acafe e o único que passou na metade do ano fui eu. Os caras ficaram loucos porque eu tinha passado e eles não, porque eles só tiraram nota boa. Tinha um irmão baixinho que era muito inteligente, era um crânio, ele chamava todos os outros para rezar o terço e eu ia sempre, uma vez ele pediu se eu ia porque era religioso fervoroso mesmo ou era pra melhorar as notas (risos)” conta Sandro.
No fim do mesmo ano Sandro também passou no vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. Entretanto, como os negócios do pai dando certo em Xanxerê, o jovem escolheu ficar por aqui e estudar em Chapecó para poder continuar trabalhando e aliar a teoria à prática.
Todos os dias pegava o ônibus para ir até a cidade vizinha estudar, até que se formou em administração. Continuou trabalhando com o pai até que decidiu fazer uma segunda formação. Dessa vez o curso escolhido foi ciências contábeis e foi durante essa graduação que ele conheceu aquela que, mais tarde, se tornaria sua companheira de vida, a Gilvana.
Novos rumos
Depois de um tempo trabalhando com o pai, Sandro foi trabalhar com o irmão Elves na Nobel. A marca começou empacotando chá mate 200g, sendo esse um trabalho manual. Os primeiros equipamentos eram os mais básicos, até que a empresa conseguiu clientes para exportar o produto e precisavam de uma máquina de chá para automatizar a produção.
Diante disso, Sandro foi buscar um empréstimo junto ao banco, que solicitou um aval para liberar o valor necessário pelo fato da Nobel ser uma empresa nova. Assim, quem assinou como avalista para os irmãos comprarem sua primeira máquina de chá foi o avô, Domingos Marca.
“Foi uma época bem complicada, eu estava grávida com 7 meses do Alex, o Sandro saiu da empresa, aquela insegurança, com filho pequeno, recém casado, morando com meus pais” comenta Gilvana.
Logo no início da nova empresa Sandro já pode contar com a ajuda de pessoas que o acompanham até hoje na empresa: Rosa, Ivone e Simone, que hoje lideram os setores de solúvel, cápsulas e chá, respectivamente. Além delas, a Edi também foi uma das primeiras funcionárias. Inicialmente elas trabalhavam apenas nos dias em que havia demanda, até serem contratadas efetivamente.
A primeira máquina de chá adquirida era da Argentina, usada e foi reformada para que fosse utilizada. Por conta disso, algumas vezes a máquina não funcionava direito, aí era preciso parar a produção até que ela fosse consertada.
Gilvana, esposa do Sandro, auxiliava nas funções administrativas da empresa, buscava e levava coisas para o Correio e era responsável por todas as tarefas que precisavam ser feitas no centro da cidade. Como só tinha um automóvel, ela se revezava entre as suas funções na Nobel e na Unimed, onde ela era coordenadora. O filho mais velho do casal, Alex, ficava com a mãe da Gil, Maria.
Borboletas azuis como marco de um recomeço
Com o passar do tempo, Sandro sentiu a necessidade de montar um negócio próprio e começou a buscar por um local para iniciar a sua fábrica. Depois de encontrar alguns locais, Sandro soube de uma antiga fábrica de sabão que havia fechado aqui onde a Hilê está instalada hoje.
O local era pequeno, cerca de 400m², e ocupava a parte do terreno onde hoje está instalada a sala do PCP da Hilê, praticamente no meio do parque fabril. Sandro visitou o local em um fim de semana e ficou analisando se esse seria o lugar certo. Nesse momento, sentou em uma pedra e refletiu, foi quando avistou várias borboletas azuis e entendeu que esse era o sinal que precisava para escolher o local como o novo endereço para sua fábrica de chás.
De início foi utilizada a estrutura que já estava pronta, então, o escritório do Sandro era em meio a produção. O começo foi com duas máquinas de chá e uma plastificadora. Com o crescimento das vendas, foi necessário iniciar as ampliações para que novas máquinas pudessem ser adquiridas e instaladas. Hoje, a Hilê conta com três setores de produção bem separados, sendo cápsulas, solúveis e chás.
Com o passar do tempo várias marcas começaram a procurar a empresa para embalar seus produtos e foi assim que a indústria começou a crescer cada vez mais. Sandro conta que o nome Hilê foi escolhido por significar floresta, bosque em grego e aqui onde a empresa está instalada há bastante árvores, por isso esse nome.
“Depois que eu fiz contabilidade ia para Chapecó fazer um curso técnico em alimentos no Senai. Eles ensinavam a trabalhar no laboratório, fazer formulação, como aromatizar. Então era eu quem desenvolvia as fórmulas de chás no início. Onde temos o refeitório dos colaboradores hoje, era onde nós morávamos 20 anos atrás, inclusive, ainda tem os quartos e toda estrutura da casa montada, só ampliamos com o barracão em cima da casa. Logo depois começou uma cozinheira para servir os almoços para o pessoal, aí ampliamos a nossa cozinha e era ali que eram feitas as refeições, tanto para nós quanto para os colaboradores” conta Sandro.
Com as ampliações da indústria, era a Gilvana que continuava fazendo os trâmites no centro da cidade, auxiliando no que podia, até que chegou em um momento que ela não via mais possibilidade de crescimento na empresa em que estava e o Sandro a convidou para trabalhar apenas na indústria com ele.
“Nossa comadre Marlei até sugeriu que eu fosse trabalhar como corretora de imóveis com ela, fiz o curso de corretora também, vendi um apartamento, mas não era isso que me fazia brilhar os olhos. Aí nós viemos para cá. Comecei a ficar aqui dentro, participar dos processos e acho até que foi meu compadre Andriaz que nos atentou para um ponto importante que era a procura pela venda do nosso produto próprio, que até então não tinha, fazer venda porta a porta. Foi quando colocamos 5 ou 6 produtos em uma cartilha. Foi um desafio porque a gente não tinha em quem se espelhar, uma revenda por catálogo de produtos naturais, tinha que começar tudo do zero. Aí eu fazia eventos, treinamentos, impulsionava a marca. Acima de tudo foi um aprendizado enorme” destaca Gilvana.
Com o setor de chás funcionando bem, tanto com a marca própria quanto embalando produtos para terceiros, Sandro conheceu em uma feira em São Paulo a máquina de cápsulas semi automática e decidiu comprar para aumentar a produção.
Ademais, era preciso um registro para a produção de cápsulas, o que fez com que a máquina ficasse um ano parada. Até que o empresário conheceu um farmacêutico na cidade de Curitiba que começou a desenvolver as fórmulas com registro e foi assim que iniciou a produção de cápsulas aqui na indústria. Com essa nova linha, a empresa já contava com cinco máquinas.
“Tudo isso se deve a uma equipe bem escolhida, a todos que estão conosco e que apoiaram a gente nessa caminhada e que continuam nos auxiliando a melhorar sempre. Então, não é você acertar uma vez, é uma constante diária de erros e acertos que te fazem aprender. Para lançar novos produtos nós olhávamos no Globo Repórter, Fantástico, tudo o que era lançado e se tornava tendência entre produtos naturais, ativos, cápsulas, assim fomos aumentando o portfólio” ressalta Sandro.
Ao longo de todos esses anos, Sandro contou com muitas pessoas que o ajudaram a construir, manter e tornar a Hilê uma das maiores indústrias de suplementos alimentares, nutracêuticos e produtos naturais do país. E ele entende e reconhece a importância de cada um em todo o processo.
“Eu vejo o quanto é importante o trabalho que todos executam aqui dentro, a gente poder levar nossa marca na casa das pessoas, nos ambientes e ver esse resultado. Eu já vi nossos produtos das marcas próprias em grandes capitais, no Brasil todo e isso é gratificante” conclui.
Os primeiros apoiadores
Desde o início do seu sonho de montar a própria indústria, Sandro contou com o apoio de muitas pessoas, desde familiares até amigos e parceiros de negócios. Duas dessas pessoas são decisivas até hoje na vida pessoal e empresarial dele, sendo Gilvana Botta, sua companheira de vida e seu parceiro e também grande amigo Andriaz Leal da Rosa Filho.
Acompanhe o que cada um deles tem para falar sobre o Sandro:
“Algo que eu percebo que é característica do Sandro e acabou se tornando uma característica da empresa, é o reinvestimento permanente. Lembro que em muitos momentos o Sandro poderia pegar um pouco mais de dinheiro e usufruir de forma pessoal, como quando vendia bem um produto, por exemplo, mas não, ele pegava o resultado daquele produto e investia na contratação de mais gente, na compra de mais equipamento, na ampliação da fábrica. Então, sempre foi uma característica muito forte da empresa e do Sandro esse reinvestimento. Acredito que outra coisa importante que a maioria talvez não saiba, é que não só nos tempos de ‘vacas gordas’, por exemplo quando bombou o goji berry, o Sandro comprou e investiu em máquinas e colaboradores, porque isso foi fácil. Acho que o que faz a diferença também é acreditar naquilo que você está construindo em momentos adversos. Se pegarmos na época da pandemia, onde muita gente se encolheu, não acreditou, preferiu cuidar preservar o seu patrimônio pessoal, o Sandro fez um investimento muito alto, ele manteve todos os postos de trabalho, mesmo nos momentos mais críticos, a grande maioria dos funcionários foram mantidos” pontua Andriaz.
Gilvana, que acompanhou todo o processo desde o início, destaca que essa é uma característica nata do Sandro.
“Desde que a gente se conheceu sempre foi assim, a vida pessoal ficava sempre em um plano secundário, era investimento não em carro, nem móveis, nem roupa, sempre em conhecimento e profissional aqui na indústria. E isso é até hoje. Eu só queria dizer o quanto nós reunidos com um determinado objetivo fazemos a diferença realmente, todo time, quem está aqui e quem já passou por aqui tem uma história para contar e essa história é muito bonita, porque realmente colocou o seu melhor naquele momento. Fico bem feliz de ver tudo que está acontecendo. Essa história conta por si só que todo esforço valeu a pena, que a gente não para de investir e isso significa que tem muito mais história pela frente. A gente só tem a agradecer mesmo, pelo entusiasmo de todos e por vestirem a camisa” destaca Gilvana.
Sandro e Gilvana tem dois filhos, Alex Cavagnoli Botta, o mais velho, que hoje já gerencia o time comercial da Hilê Terceirização e a mais nova, Anitta Cavagnoli Botta.
E nós, que fizemos da Hilê nossa segunda casa ao sair do nosso lar para trabalhar, só temos a agradecer ao Sandro pelas oportunidades aqui dentro. Cada dia saímos daqui com um novo aprendizado, tanto para a vida profissional como também para a vida pessoal.
Muitos de nós construímos fortes laços de amizade aqui dentro. Alguns, até, encontraram aqui um companheiro ou companheira para a vida. Sandro, obrigada por nos proporcionar cada dia mais experiências positivas e construtivas.